segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

re.in.vento

tango

um momento é isto:
uma bala que trespassa o coração e que mata tudo
como se se gerasse um buraco negro no seu local.
os sentimentos matam-se uns aos outros numa batalha des-
conhecida e cruel e fantástica
o sangue inunda todas as partes partidas
do corpo cadavérico, dorido dos segundos infindáveis
a que a respiração o obriga.
o ser é um resto de nadas que não há
é um egoísmo insensível, efémero pela morte que se avizinha

vai doer sempre, eu sei.
esta mistura de sentimentos mortos-vivos
de um prazer claustrofóbico e masoquista.
fiquemos só mais uma noite a ver as estrelas
a vê-las dançar no céu cor de prata.
talvez elas saibam o que é sentir.


(derivação do poema "i.", escrito por Bruno Santos e postado anteriormente,
escrita por mim)

Sem comentários: