segunda-feira, 2 de junho de 2008

outra vez

as cordas puxam-me mais
uma vez os pés,
ou foge-me o tapete de baixo
e caio de cara no chão.
levei mais uns socos
que nem vi de onde vinham:
não os esperava.
parece que quanto mais me tiram os suportes
mais me aguento de pé.
não tenho medo,
deixem a areia cair-me entre os dedos
como se de uma ampulheta se tratasse.
que o vento a leve às dunas
e enterre os corvos
que me comiam a carne
sem eu saber.