quarta-feira, 30 de abril de 2008

hoje não quero título nenhum

e também não vou escrever nada. não me apetece. hoje não vou escrever um poema. hoje vou imaginar um poema. um poema que só possa ser meu. um poema simples e cru. e não mo peçam, porque não o vou dar a ninguém.




este foi o meu poema. espero que tenham gostado tanto como eu.

sábado, 26 de abril de 2008

o poema instantâneo

abra a página de edição do seu blogue e respire fundo. escreva tudo de uma vez até formar um texto homogéneo: misture sentimento a gosto com algumas translineações interessantes e figuras de estilo q.b.; adicione alguns elementos externos ao tema propensos à metaforização, vá provando para ver se precisa de mais doçura, se ainda está amargo em demasia, adicione amor. pare um pouco para reler. reescreva a primeira frase, tem vento a mais. de seguida mexa fervorosamente a mistura que obteve, por forma a criar alguns jogos de palavras. quando achar que está pronto (normalmente, quando começam a vir bolhas ao de cima da massa poética), coloque o seu poema numa forma que ache adequada à sua condição e leve ao blogue durante pelo menos uma hora. depois de publicado deixe repousar; não coma ainda quente porque faz mal à barriga.

sábado, 19 de abril de 2008

Amor é

Amor é falar sem dizer nada.
Um calor no rosto: corar
E nos olhos, uma cor molhada.
É uma falta de ar

Que aperta com força os pulmões,
É um abraço e um olhar,
É um encontro de emoções.
Que sem fim, como o mar,

Com um beijo longo nos molha
Ou em choros secos se desfolha.


Este poema foi escrito em parceria com Sara Serra.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

embriaguez sinestésica

estou louco.
eu sei que estou louco.
não quero saber.
não me digam mais nada,
deixem-me escrever em paz.
parece que não vejo
parece que não vos vejo.
estou cego de loucura.
não me chamem mais nomes.
não me amem. odeio-vos por isso.

deixem o meu mundo sossegar,
ele gira depressa demais
e eu não entendo estas voltas,
estas mensagens que chocam contra mim
será que vos oiço? será que vos vejo?
acho-me numa embriaguez sinestésica!
não penso como devia
ou como acho que devia.
nem sinto os meus sentidos
e os sentimentos são jogos estranhos
que sabem mal: são amargos!
são como a música que não inspira
e fere os ouvidos.

enquanto me contradigo,
não te digo.
não peças mais, porque não vou dizer nada.

preciso de mais vinho.
qual é o meu copo?